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UMA NOTÍCIA ORIENTADA A DADOS
Incidência do Cancro da Próstata alcança níveis preocupantes no Mundo e em Portugal
UMA NOTÍCIA ORIENTADA A DADOS
Incidência do Cancro da Próstata alcança níveis preocupantes no Mundo e em Portugal
Com números crescentes e forte impacto em populações idosas, o cancro da próstata destaca-se como um dos principais desafios para a saúde pública mundial. A elevada densidade de idosos na Europa coloca a região como epicentro da incidência da doença, enquanto Portugal reflete essas tendências de forma singular. A distribuição e os padrões da doença também são um ponto de destaque, que variam significativamente entre continentes, refletindo diferenças económicas, culturais e no acesso a serviços de saúde.

Fonte: Getty Images/Science Photo Libra

Notícias
O cancro da próstata, o segundo tipo de cancro mais comum entre os homens a nível mundial, representa uma ameaça crescente à saúde masculina, especialmente em países com populações mais envelhecidas. Segundo o World Cancer Research Fund, a doença, em 2022, acumulou 1.467,854 novos casos em todo o mundo. A prevalência é particularmente elevada na Europa, onde o envelhecimento da população combinado ao acesso ampliado a rastreamento como o PSA (Antígeno Prostático Específico) impulsiona a deteção.
Fonte: Cancer TODAY | IARC - https://gco.iarc.who.int
De acordo com o Global Cancer Observatory, o cancro da próstata é responsável por 14% dos casos de cancro em homens globalmente, tornando-se a segunda maior causa de novos diagnósticos após o cancro de pulmão. Em termos absolutos, todos os anos são registados, em média, 1,5 milhão de novos casos, com a doença figurando como a quinta principal causa de morte por cancro masculino, acumulando 397,430 mortes no ano de 2022.
Fonte: Cancer TODAY | IARC - https://gco.iarc.who.int
A União Europeia é particularmente afetada pelo cancro da próstata, com cerca de 375.000 novos casos registados anualmente. Essa prevalência reflete a elevada densidade de idosos, uma característica marcante da demografia europeia. Países nórdicos como Noruega, Suécia e Finlândia lideram a lista devido a fatores como maior expectativa de vida e programas mais extensos de rastreamento.
Especialistas apontam que o envelhecimento populacional desempenha um papel central na alta incidência, já que o risco de desenvolver a doença aumenta significativamente após os 50 anos. Além disso, o exame PSA, também contribui para os altos números em comparação com regiões menos desenvolvidas.
Fonte: Cancer TODAY | IARC - https://gco.iarc.who.int
Portugal, com uma das populações mais envelhecidas da Europa, acompanha as tendências regionais, sendo o cancro da próstata o mais comum entre os homens no país. Ele representa 25% dos diagnósticos masculinos de cancro, mas os desafios permanecem.
Embora campanhas de rastreamento tenham ajudado a reduzir as taxas de mortalidade no país luso, esta é consideravelmente elevada em comparação com outros países europeus. Apesar da elevada taxa de sobrevivência a 5 anos (superior a 84% nos países desenvolvidos), desafios como o diagnóstico tardio e o acesso desigual aos tratamentos especializados contribuem para as altas taxas de mortalidade em Portugal.
Fonte: Cancer TODAY | IARC - https://gco.iarc.who.int
Dados históricos revelam que, desde 1974, as taxas de mortalidade por cancro de próstata em Portugal cresceram continuamente, acompanhando o envelhecimento da população e o aumento da incidência. Em 2019, a doença ainda era uma das principais causas de morte oncológica masculina no país, destacando a necessidade de estratégias mais eficazes de rastreio e prevenção.
Fonte: Cancer Over Time | IARC - https://gco.iarc.who.int
Nos continentes com menor desenvolvimento económico, como a África e partes da Ásia, a menor incidência registada é amplamente atribuída à falta de infraestrutura para rastreamento e diagnóstico. Enquanto na América do Norte a taxa de incidência ultrapassa 100 casos por 100.000 homens, em muitos países da África subsaariana, ela é inferior a 30 casos por 100.000 homens.
Essa diferença se explica pela falta de programas de rastreamento sistemáticos. De acordo com o World Cancer Research Fund, apenas 5% dos países africanos têm políticas amplas para rastreamento do cancro da próstata, comparados com mais de 60% nos países da Europa Ocidental. Além disso, países com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) relatam cerca de 50% menos diagnósticos, em parte devido à falta de conscientização, barreiras financeiras e limitações nos sistemas de saúde.
Fonte: Cancer TODAY | IARC - https://gco.iarc.who.int
Um estudo realizado pelo Global Cancer Observatory apontou que a porcentagem de casos detectados em estágios avançados é superior a 70% na África, em contraste com menos de 30% em regiões da América do Norte e Europa. Em consequência, as taxas de mortalidade nestes países são significativamente mais altas. Na África, a mortalidade específica por cancro da próstata é de aproximadamente 19 mortes por 100.000 homens, enquanto na América do Norte é de cerca de 9 por 100.000.
Os custos do tratamento também são um obstáculo. O rastreamento com PSA, por exemplo, pode custar menos de 10 dólares em países desenvolvidos, mas muitas vezes é inacessível em nações de baixa renda, onde representa uma parcela significativa do orçamento de saúde pública ou dos custos diretos para os pacientes.
Fonte: Cancer TODAY | IARC - https://gco.iarc.who.int
O cancro da próstata continua a ser um grande desafio para a saúde pública em nível global, regional e nacional. As diferenças nas taxas de incidência e mortalidade entre regiões destacam a influência de fatores sociodemográficos e ambientais. Embora a doença tenha uma alta taxa de sobrevivência quando diagnosticada precocemente, ela permanece a quinta maior causa de mortes por cancro em homens no mundo. Disparidades na mortalidade refletem tanto desigualdades no acesso ao tratamento quanto a eficácia dos sistemas de rastreamento.
É essencial que políticas de saúde pública priorizem o rastreio precoce, especialmente em homens acima dos 45 anos com fatores de risco, e invistam em educação para a saúde e acesso equitativo ao tratamento. A sensibilização pode reduzir significativamente o impacto dessa doença em termos de mortalidade e qualidade de vida dos pacientes.
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